sexta-feira, 27 de abril de 2012

     SAUDADES E PAIXÕES

Correm as águas pelos rios e riachos,
sempre seguindo seu percurso natural,
céleres correm sempre cachoeira abaixo,
só descansando nalgum bom manancial.

À noite, a lua iluminando com seus fachos,
num movimento inconsciente, perenal,
mostrando a senda ao caminhante cá embaixo,
e inspirando ao seresteiro um musical.

As águas seguem rio abaixo, cristalinas,
a lua exerce o seu clarão sobre as colinas,
fazendo padecer feridos corações.

Quando reflete a lua no espelho das águas,
o apaixonado sofre de saudade as mágoas,
e o poeta expressa em verso as emoções.

  LOUVOR A DEUS

      “Todo ser que respira louve
       ao Senhor” (Salmo 150.6).

O dia claro, o lindo sol saindo,
faz-nos prever um dia de ventura.
Pelos jardins, lindas flores se abrindo,
sua beleza é magistral e pura.

Galhos balançam no seu indo e vindo,
num movimento que tão pouco dura,
crianças brincam, do seu modo lindo,
glorificando o Autor da criatura.

Nessa manhã tão linda, com certeza,
todo universo unindo à natureza,
rendem louvores ao Deus Criador.

E todo ser que no mundo respira,
olhando o céu, no Criador se inspira
e rende-lhe puríssimo louvor.

quinta-feira, 26 de abril de 2012


            MEU CANTINHO

Vivo feliz em meu cantinho, sossegado,
em nossa terra sem desertos ou vulcões,
onde me permitem gritar a dois pulmões,

e, mesmo assim, ninguém ficar incomodado.

Como só gosto do que é bom, sou liberado
para viver intensamente em meus rincões,
e agradeço sempre em minhas orações,
pois fui por Deus com muitos dons agraciado.

Por residir num ponto calmo da cidade,
vivendo bons momentos de felicidade,
o resultado não pode ser diferente.

Enquanto muitos queixam-se da sua sorte,
aqui vou muito bem, junto a minha consorte,
vivendo tão feliz igual a pouca gente.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

  O QUE NÃO FUI

Na vida não fui político,
deputado ou senador,
nem mesmo vereador,
mas fui um pouquinho crítico.

Também não fui militar,
quer soldado ou general,
mas nisso não vejo um mal,
nem quero aqui reclamar.

Lavrador também não fui,
tampouco comerciante,
industrial ou feirante,
professor também inclui.

Não ganhei muito dinheiro,
não vivi vida de rei,
não tive tudo que amei.
Não fui em nada o primeiro.

Não cheguei a ser banqueiro.
Só por um mês, fui bancário,
mas deixei pelo salário.
Creio que não fui grosseiro.

No campo, não fui vaqueiro,
nem plantador de semente.
Nasci na roça, somente,
sendo meu pai fazendeiro.

Se, mesmo fazendo rima,
só rimei dizendo não,
o que mesmo eu fui, então,
sem ser nada disso acima?

Vivi pregado na cruz,
como Paulo foi pregado.
Mostrando ao mundo Jesus,
eu mesmo nem fui notado (Gl 2.20).

segunda-feira, 23 de abril de 2012

   QUANDO A SAUDADE APERTA

A noite escura, céu nublado e sem estrelas,
forma o cenário apropriado a uma saudade,
quando uma luz pequena brilha na janela
de uma casa isolada, longe da cidade.

Quando distante de um amor e parentela,
desejando reconquistar felicidade,
sente saudade por viver distante dela,
não quer perder os dias bons da mocidade.

Na escuridão da noite é que a saudade aperta,
a lágrima correr na face é coisa certa,
e uma forte dor atinge o coração.

Depois de resistir e relutar bastante,
vendo que não dá mais para ficar distante,
voltar pra junto dela é a sua decisão.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

               
                 MEU LIMITE

Vim declamar meus novos versos inspirados,
pois tive a inspiração de Deus para escrevê-los,
os quais desejo ver em livro publicados,
caso viva o suficiente para vê-los.

Fiz muitos versos tais como estes, no passado,
e espero fazer outros cada vez mais belos,
iguais àqueles, de outro alguém, já premiados,
de tanta beleza incomum, sem paralelos.

Mas gostaria de escrever de um nobre jeito,
fazer meus versos cada qual bem mais perfeito,
compondo métricas e rimas geniais.

Mas veio a dúvida, se assim Deus mos daria,
pois, Deus me dá só parcial sabedoria,
para que eu vá crescendo sempre, mais e mais.