sexta-feira, 31 de agosto de 2018

    O MUNDO NA CONTRAMÃO

Não vejo mais velhos sentados nas calçadas,
nem moças entoando modinhas na rua.
Também não vejo mais serenatas cantadas
pelos apaixonados, quando é clara a lua.

Hoje não vejo alguém que a juventude instrua,
para escapar de algo que a deixa embriagada,
e abandonar o mal, antes que ele a destrua
e, enfim, a sua vida acabe desolada.

Enquanto existe uma esperança de salvar-se,
quem hoje ainda vive na primeira classe
ajude o quanto pode ao seu frágil vizinho.

A humanidade inteira vive em desatino,
não se preocupa em escapar do mau destino,
e vai, na contramão, seguindo o seu caminho.