O MUNDO NA CONTRAMÃO
Não vejo mais
velhos sentados nas calçadas,
nem moças entoando
modinhas na rua.
Também não vejo
mais serenatas cantadas
pelos apaixonados,
quando é clara a lua.
Hoje não vejo
alguém que a juventude instrua,
para escapar de
algo que a deixa embriagada,
e abandonar o mal,
antes que ele a destrua
e, enfim, a sua
vida acabe desolada.
Enquanto existe
uma esperança de salvar-se,
quem hoje ainda
vive na primeira classe
ajude o quanto
pode ao seu frágil vizinho.
A humanidade
inteira vive em desatino,
não se preocupa
em escapar do mau destino,
e vai, na
contramão, seguindo o seu caminho.