TROFÉUS DE OURO
PURO
Ante
um poema novo, o que sente o poeta?
Embora
seja diferente do atleta,
sua
emoção, diante de um novo poema,
é
algo que lhe dá uma sensação extrema.
Tal
como a emoção de quem acende a Pira,
numa
olimpíada, que ao mundo inteiro inspira,
e
cada verso é como alguém que atinge a meta,
alguém
que corre a maratona e a completa.
Como
o atleta a desfilar com galhardia,
na
festa de abertura no primeiro dia,
e
ali feliz adentra e orgulhosamente,
sob
os aplausos de um sem número de gente.
O
último verso de um poema é, afinal,
tal
como quem chega primeiro a uma final,
como
um atleta bem treinado, que não falha,
e
que, depois, no peito exibe uma medalha.
Mas,
do atleta, o poeta é diferente:
tem
o atleta os aplausos de muita gente;
e
os versos de um poeta, de valor imenso,
ficam,
às vezes, bem guardados no silêncio.
Há,
entretanto, algo de muito especial,
que
reacende, dos poetas em geral,
a
esperança de, seus troféus, no futuro,
serem
reconhecidos como de ouro puro.