UMA BENGALA
Quando
era jovem, descuidei nos exercícios.
Deixava
sempre pra começar amanhã.
Mesmo
sabendo dos seus grandes benefícios,
prejudiquei
minha saúde, hoje malsã.
Levei
a vida toda não pensando nisso,
pensando
só no dever da vida cristã,
talvez
sofrendo o que chamam mal do ofício,
ao
não cumprir, sob esse aspecto, esse afã.
São
estes os sérios exercícios que faço:
vou
circulando pela casa e no terraço,
vou
caminhando na cozinha e pela sala.
Sinto
pesar nas minhas pernas os janeiros,
e,
antes que cheguem os meus passos derradeiros,
um
filho e a nora deram-me uma bengala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário