quinta-feira, 5 de março de 2015


              UMA BENGALA

Quando era jovem, descuidei nos exercícios.
Deixava sempre pra começar amanhã.
Mesmo sabendo dos seus grandes benefícios,
prejudiquei minha saúde, hoje malsã.

Levei a vida toda não pensando nisso,
pensando só no dever da vida cristã,
talvez sofrendo o que chamam mal do ofício,
ao não cumprir, sob esse aspecto, esse afã.

São estes os sérios exercícios que faço:
vou circulando pela casa e no terraço,
vou caminhando na cozinha e pela sala.

Sinto pesar nas minhas pernas os janeiros,
e, antes que cheguem os meus passos derradeiros,
um filho e a nora deram-me uma bengala.











Nenhum comentário:

Postar um comentário