terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

   VEM PRA ROÇA

Trabalhador, meu amigo,
convido-o pra vir comigo
desfrutar do bom da terra,
juntinho ao pé de uma serra,
terra boa e de renome,
onde ninguém passa fome,
porque colhe em profusão.

Vem, pois, melhorar a renda,
morando lá na fazenda,
vivendo a vida de fato,
onde se capina o mato,
depois que passa o estio
e, no tempo do plantio,
se planta milho e feijão.

Além daquilo que planta,
o lavrador colhe tanta
coisa boa, com certeza,
dos frutos da natureza:
o saboroso juá
e outros, como o ingá...
e é só pegar com a mão.

Lá não precisa dinheiro,
pois se vive o ano inteiro
sem passar necessidade,
não é como na cidade,
onde tudo tem seu preço,
e as contas vêm no endereço
onde mora o cidadão.

O morador da cidade
passa por dificuldade.
Quem mora na zona urbana
sabe disso e não se engana,
e eu também não me iludo:
aqui se paga por tudo,
té pra ver televisão.

Vem pra roça, meu amigo,
vem escapar do perigo,
vem ouvir a passarada,
que durante a madrugada
traz o som lá da floresta,
e encanta-nos, em seresta,
com inspirada canção.

A vida é boa na roça,
num casarão ou palhoça,
onde a paz é verdadeira.
E assim, dessa maneira,
o lavrador vai feliz,
muito bem – como ele diz,
e o diz com toda razão.

Digo-o porque já vivi
na roça, hoje estou aqui,
morando em Juiz de Fora.
Sinto-me feliz agora,
porém, curtindo a saudade
que, cada dia, me invade
as fibras do coração.


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