VEM PRA ROÇA
Trabalhador,
meu amigo,
convido-o
pra vir comigo,
desfrutar
do bom da terra,
juntinho
ao pé de uma serra,
terra
boa e de renome,
onde
ninguém passa fome,
porque
colhe em profusão.
Vem,
pois, melhorar a renda,
morando
lá na fazenda,
vivendo
a vida de fato,
onde
se capina o mato,
depois
que passa o estio,
e, no tempo do plantio,
se
planta milho e feijão.
Além
daquilo que planta,
o
lavrador colhe tanta
coisa
boa, com certeza,
dos
frutos da natureza:
o
saboroso juá
e
outros, como o ingá...
e
é só pegar com a mão.
Lá
não precisa dinheiro,
pois
se vive o ano inteiro
sem
passar necessidade,
não
é como na cidade,
onde
tudo tem seu preço,
e
as contas vêm no endereço
onde
mora o cidadão.
O
morador da cidade
passa
por dificuldade.
Quem
mora na zona urbana,
sabe
disso e não se engana,
e
eu também não me iludo:
aqui
se paga por tudo,
té
pra ver televisão.
Vem
pra roça, meu amigo,
vem
escapar do perigo,
vem
ouvir a passarada,
que
durante a madrugada
traz
o som lá da floresta,
e
encanta-nos, em seresta,
com
inspirada canção.
A
vida é boa na roça,
num
casarão ou palhoça,
onde
a paz é verdadeira.
E
assim, dessa maneira,
o
lavrador vai feliz,
muito
bem – como ele diz,
e
o diz com toda razão.
Digo-o
porque já vivi
na
roça, hoje estou aqui,
morando
em Juiz de Fora.
Sinto-me
feliz agora,
porém,
curtindo a saudade
que,
cada dia, me invade
as
fibras do coração.
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